Sou uma mistura de muitos sangues; o meu avô nordestino, a minha avó cubana, o meu pai paraense e a minha mãe portuguesa. Herdei todas essas águas, mas é a melancolia portuguesa que se ancorou em mim. Gosto das saudades, das tristezas da chuva da tarde, dos silêncios das imensidões e da beleza do mundo Herdei de minha mãe o gosto pela vontade de dizer palavras bem ditas e benditas e, do meu pai, o gosto por ler. De minha avó cubana – mãe Pantita – as histórias e a história. Escrever, pra mim, é uma forma de arrumar a alma, sintonizar razão com emoção e, por vezes, extravasar as revoltas com as injustiças dos Homens. Ainda não aprendi a escrever bem, mas continuo tentando juntar palavras.