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posts em: Poesia

O carvão, neste corpo de menino misturado de pedra e aguardente É missão onde fica, tão mofino quando morre da vida, de repente
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não toques nos objetos imediatos. A harmonia queima. Por mais leve que seja um bule ou uma chávena, são loucos todos os objetos.
Vem comigo África de calças de fantasia desçamos à rua e dancemos a dança fatigante dos homens o batuque simples das lavadeiras
Passou na rua o poeta segurando os ouvidos na cabeleira. No passo, o tropeço torto de quem tem pressa, na cintura vasos de roseiras pendurados, arrastando livros dentro de gaiolas
Não há mais como voltar à Ítaca, perdida em um labirinto de ilhas nas águas do Jônico ou do Guajará.
Não mirarei o gato apaixonado. Não escutarei a pomba angustiante. Não despirei minha carne flácida. Nem emprestarei minha pele para voltar a sonhar.
Antes de você, o riso era preso, sem graça. Eu era apenas a mulher moldada por sutilezas e padronizada por imposições.