Prosa

O que eu sei do zambiano despilado? E do paquistanês? E dos outros tantos que explodiram? Quer saber como ficaram capados? Ora, Excelencíssimo:
Vivemos longe de nós, em distante fingimento. Desaparecemo-nos. Porque nos preferimos nessa escuridão interior? Talvez porque o escuro junta as coisas, costura os fios do disperso.
Fecha os olhos, mas falta tão pouco para o horário no qual terá de acordar, o horário no qual terá de se apresentar pronto, que a ansiedade o impede de adormecer por completo.
Flores envenenadas na jarra. Roxas, azuis, encarnadas, atapetam o ar. Que riqueza de hospital. Nunca vi mais belas.
Eu fico latindo para Clarice e ela – que entende o significado de meus latidos – escreve o que eu lhe conto.
Tinha 30 anos quando decidiu: a partir de hoje nunca mais lavarei a cabeça. Passou o pente devagar nos cabelos, pela última vez molhados.
a velha hasteia o galho, há no semblante uma combinação de justiça e repulsa,
Não pode acenar da janela com seu jeito simples quando vou para a escola. Já não pode fazer aquele arroz com lentilha que eu demorei tanto a descobrir o quanto gostava