Carregaram o caixão como quem carrega um dicionário de palavras extintas — só que o caixão era o próprio livro, grosso, pesado, cheirando a mofo e choro de tinta.
“Casa tomada”, conto que abre Bestiário, é um dos relatos mais intensos e subjetivos de Julio Cortázar. Como afirma na frase que nunca disse – que no conto o autor precisa vencer por nocaute –, Cortázar leva o leitor à lona em meia dúzia de página.