Acesso ou cadastro Autor(a)

posts em: poesia

Um dia quis ser rio para guardar a memória da terra no amor que transparece/ viajar paisagens líquidas roçando areias que movem meus sentidos turbulentos / descansar em remansos vivos e ali, só ali , sozinha conversar com Deus.
Descrevi o silêncio que guardei nos teus olhos Pupilas de seda revirando a lua…
Meu pai sentenciou num dia de riso De largueza cínica que sou do contra: (vide todos estes versos) Tomo banho em águas de rios repassadas. Nas tardes sento em nuvens por aí,
“Segue o teu destino, rega as tuas plantas, ama as tuas rosas…”
Meu avô era tomado por leso porque de manhã dava bom-dia aos sapos…
O horizonte corta a vida isento de tudo, isento… Não há lágrima nem grito: apenas consentimento.
Perdi colegas, namoradas, cães. Perdi árvores, pássaros, perdi um rio e eu mesmo nele me banhando. Isto o que ganhei: essas perdas. Isto o que ficou: esse tesouro de ausências.
Aí está, meu Maria… Acabou. Acabou o seu eterno sofrimento e acabou o meu sofrimento por sua causa. Na madrugada de 15 de outubro em que, em frente aos pinheirais destas montanhas queridas