Leituras: 10

Porto Velho Esturro silencioso Esbanjando rebojos Perfumando o ar Vestindo a mulher ausente Que na lembrança mora Madeira desce madeira Despe meu olhar Fincando nos olhos A imensidão Ferindo o tempo Da minha angústia Limpando as terras caídas Que tenho no coração Segue, segue ... Em harmonia, ramaria Bracejando lentas Entre estridor E raízes gemendo Incendidas de embriaguez Dançando nos cantos das margens Revejo o Madeira Descendo madeira Emoldurando em seus mistérios A sensual mulher ausente Bramindo curvas No desenho do pensamento Entre meu olhar e o rio * * * Primavera O verde engolia o silêncio E invejava o instante Inventando mormaços Havia entrecortes de solidão Espalhando ermos e sinais Ali o inesperado Era esperado Entre suores e restos de adolescência Como encanto conspirado Em formas e zelos Dois seres Recitavam seus Sins e nãos Jurando um jeito de nascer
Autor
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Poeta, músico, artista plástico e de teatro, animador cultural e empresário das artes. Nascido em plagas goianas, não esconde o orgulho de ter escolhido a Amazônia como o chão propício para expandir sua inspiração que o fez aplaudido compositor, artista plástico e escritor.