
pouco antes do fim
no último abraço
ela disse:
"tem 2 pequenos ossos
rompendo
entre as tuas
vértebras"
"2 pequenos ossos e 7 penugens brancas"
minha mão esquerda
deslizava
pela coluna
dela
e eu respondi:
"tem asas nascendo
nas tuas costas
também"
pouco antes do fim
ela riu
e eu ri do riso dela
e ali
na eternidade do último abraço
lembramos dos nossos carnavais
dos nossos paraísos
nosso oásis
nossa casa de chá do luar de agosto
nossa linda canção sem esperança
e dos olhos verdes de Baco
pena, poderíamos
ter visto a alma do
sol
***

Um poemaço!
Valeu, Edmir!
Que viva sempre o Ver-O-Peso e a sua contribuição para a difusão da poesia e seus poetas.