“Estou com a impressão de que ando me imitando um pouco. O pior plágio é o que se faz de si mesmo.”
“… E há também os meus imitadores (…) algumas pessoas que tiveram o mau gosto de serem eu.”
— Clarice Lispector
Cadê Eu?
Cadê eu? Perguntava-me. E quem respondia era uma estranha que me dizia fria e categoricamente: tu és tu mesma. Aos poucos, à medida que deixei de me procurar fiquei distraída e sem intenção alguma. Eu sou hábil em formar teoria. Eu, que empiricamente vivo. Eu dialogo comigo mesma: exponho e me pergunto sobre o que foi exposto, eu exponho e contesto, faço perguntas a uma audiência invisível e esta me anima com as respostas a prosseguir. Quando eu me olho de fora para dentro eu sou uma casca de árvore e não a árvore. Eu não sentia prazer. Depois que eu recuperei meu contato comigo é que me fecundei e o resultado foi o nascimento alvoroçado de um prazer todo diferente do que chamam prazer.
Clarice Lispector, in ‘Um Sopro de Vida’
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Clarice é luz,
poesia
ventania!