O TEMPO AINDA NÃO BARATEOU O PREÇO DO AMOR
Arrefeceu-se a palavra
– A obrigação era calar
Para jamais muito irritar
O macho, dono da lavra.
Como viver sem lhe contrariar?
Ela, só uma mulher submissa?
Que fora tão bem sustentada
Não lhe faltara jamais nada?
[O preço do amor era caro e jamais barateado]
Deu tudo, …e tudo fez por amor
O tempo passou e deixou na flor
Um corpo cheio de dor e queixas
Ardume das experiências vividas.
Na memória, um livro sempre abria
Em páginas reviradas, velhos fatos
O chão, as louças, as sujas roupas
Que uma flor ferida precisava lavar.
Era tarefa sua devolver o preço, justo?
Deixar sua flor abrir nas noites cansadas
Para que a conta fosse assim equilibrada
E a ficção máscula fosse o falo Augusto?
Era assim, com muitas aconteceu assim:
O jardineiro provedor matava a fome…,
Ofertava o teto, assegurava a macheza
E a rudeza para além dos muros da vida.
– A obrigação era calar
Para jamais muito irritar
O macho, dono da lavra.
Como viver sem lhe contrariar?
Ela, só uma mulher submissa?
Que fora tão bem sustentada
Não lhe faltara jamais nada?
[O preço do amor era caro e jamais barateado]
Deu tudo, …e tudo fez por amor
O tempo passou e deixou na flor
Um corpo cheio de dor e queixas
Ardume das experiências vividas.
Na memória, um livro sempre abria
Em páginas reviradas, velhos fatos
O chão, as louças, as sujas roupas
Que uma flor ferida precisava lavar.
Era tarefa sua devolver o preço, justo?
Deixar sua flor abrir nas noites cansadas
Para que a conta fosse assim equilibrada
E a ficção máscula fosse o falo Augusto?
Era assim, com muitas aconteceu assim:
O jardineiro provedor matava a fome…,
Ofertava o teto, assegurava a macheza
E a rudeza para além dos muros da vida.
Ana MEIRELES – Poeta Paraense
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