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Se eu morresse amanhã! — O Clássico Poema de Álvares de Azevedo

Retrato de Álvares de Azevedo

Se eu morresse amanhã!

♦ ♦ ♦

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o doloroso afã…
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

Álvares de Azevedo

Foto do autor

ÁLVARES DE AZEVEDO, cujo nome completo era Manoel Antônio Álvares de Azevedo, nasceu em São Paulo a 12 de setembro de 1831. Seus pais, Inácio Manoel Álvares de Azevedo e D. Luísa Silveira da Nota Azevedo, mudaram-se para o Rio de Janeiro, em 1833. Nos anos de 1848-1851, Álvares de Azevedo cursa a Faculdade de Direito de São Paulo. Convive com Bernardo Guimarães, Aureliano Lessa, José de Alencar. Em 1849, funda a Associação do Ensaio Filosófico. Estuda, lê muito e escreve toda sua obra. Em fins de 1851 e início de 1852, passa em Itaboraí, onde espera recuperar a saúde. O poeta, no entanto, é assaltado pelo pressentimento da morte. Então, pensa em mudar-se para Recife e terminar a faculdade, pois sente que morrerá em São Paulo. No dia 10 de março de 1852, sofre uma queda ao voltar de um passeio a cavalo; sente, depois, disso que os sintomas da tuberculose agravam-se. Seus médicos diagnosticam um tumor na fossa ilíaca, e o operam. Depois da operação melhora, mas em 25 de abril, desse mesmo ano, vem a falecer, com apenas vinte e um anos de idade. Foi sepultado no cemitério Pedro II, na Praia Vermelha, depois seu corpo foi transladado para o Cemitério São João Batista.

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