o corpo é um papel seco — vórtices, voos e falsas órbitas
entrevero n° 2
.
vórtice de 
lanho e
lume
látego de
sopro e
surto 
:
( teu 
corpo é um 
papel seco 
o mar
: miragem
céu:
calabouço )
:
interno
exílio
signo 
de ferro
vivo 
labor
de fabro
fátuo 
:
( tuas mãos 
ensaiam
crimes )
:
violento-
volúvel 
-volátil
:verso
:veio 
de voz
vil
    
    
    
    
do Inferno Interno
.
Apolinário 
polissêmico
o sol é uma
goela cortada 
os poetas li
xam unhas 
as putas vol
tam a casa
nenhum texto
é testemunha
Marinas – moças
em mantas gastas
eu faço como
quem goza
para voar 
cortam-se asas 
eu saúdo 
o fim de tudo 
as poetas lam
bem rosas
nascem ilhas
ao fundo
Paulinas – rubras
em mortes tantas 
a cidade con
tém poetas
palavras trans
bordam
Corbière estava 
certo 
eu fui ao cinema 
e não quis saber
Baudelaire é 
o erro perfeito 
a miséria é 
uma dádiva 
o sol morre
em meu peito
//
ou – riço 
se hoje sou isso 
esse es – quisito
eu não ex – isto 
antes ins – isto 
nisso de ser al
go além disso
e quando adm
ito isso de ser
um arti – fício
istmo entre o
vácuo e o vício
do falso o – fício 
des – isto de
ser om – isso
e faço físsil
em mil ori – 
fícios a festa
do farto ilícito 
por isso sinto 
mais do que vivo
mas sempre sobre 
vivo ao salto 
singro no alto
o que persigo 
esse perigo 
de ser isto
e depois isso 
esse nada 
intransitivo 
ou – riço
//
solilóquio
da última 
hora
que haja 
hoje que 
tudo urge 
o arado 
fora do
sulco
o rosto no
centro do
rasgo 
oro lento
aro tenso
urro todo 
se poeta 
o que falo 
é falho
eu nasci
preso 
dentro
do vórtice 
conheci
o vértice 
a vaia
incidiu 
na veia
eu não 
sei o que 
faço 
oro turvo
aro tarde 
erro torto
que surja de
fogo o tordo
sobre todos
ao tétrico
inferno 
interceda
…………………………..
SATOR AREPO
TENET OPERA
ROTAS
*SATOR AREPO TENET OPERA ROTAS 
Palíndromo em latim, significando em uma tradução de Osman Lins. “O lavrador mantém cuidadosamente o arado nos sulcos “.
    
    garbo gomes — heterônimo de Ribamar Bernardes
- Ruínas — Poema de Edmir Carvalho Bezerra | Ver-O-Poema
 - Marina: guardiã do tempo – por Flávio Viegas Amoreira
 - ‘Jacarandás-mimosos’ – A crônica viva de Fernando Dezena
 - Belém do Pará e a COP 30: quando a Amazônia fala e o mundo escuta
 - Dois poemas: Entrevero n° 2 & Do Inferno Interno — Garbo Gomes – heterônimo de Ribamar Bernardes
 - Carta Para John Defly | Poema inédito de Celso de Alencar
 
								




