Escultura de Jurga Martin
Ruínas
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Seiscentas caravelas cruzam o meu coração em ruínas.
Dia e noite procuro o aroma da tua juventude,
há trinta anos caminho atordoado
com a beleza do teu abandono.
Um mar de pérolas jorra tua nudez sobre meu peito.
Enquanto murmuro teu nome grego,
a saudade sobrevive magra,
feito uma janela sem teus dentes riscados.
Recordo teu riso, um vulcão seminu.
Eu moro ao lado de tua antiga casa.
Por três vezes a vi se incendiar.
As paredes me falam do último orvalho,
antes do teu grande medo.
Eu perdi minha mãe, meu pai, meus irmãos.
Eu perdi a tua voz quando disseste:
vou para outro amor.
— Edmir Carvalho Bezerra

Um bom poema Prezado Preclaro Coordenador, avante!