Marulho
Sou poeta porque roubaram minha infância e instalaram nela um chão sem areia e coqueirais. O ruído branco do mar manteve-se como um chamado em minhas orelhas e em noites sem estrelas embalou meus sonhos e espantou os pesadelos. Vislumbrei o caminho de volta pelo marulho dos poemas e com os arautos encontrados no caminho tornei-me o embaixador de mim mesmo. Baudelaire tinha razão: a poesia é a infância reencontrada.
Mandinga
um negro tange sua Kora — instrumento que a tudo abrange: o pôr do sol se espreguiça. o lume das estrelas se estica. a vibração oitavada se expande e o Atlântico Negro feito tsunami invade todos os recônditos do agora.
as palavras, penso por mais que pesadas são levadas pelo vento. migro com elas para longe em busca do jardim das aflições.
Edson Cruz
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