Fuga nº 3 – Um poema de Garbo Gomes


às câmaras de
azul e espuma
onde as vozes
não alcançam

cardar as cãs
sem calar o cio
fluxo de lava
nuvens em chamas

apagar da língua
todas as palavras
escárnio na carne
nos olhos dos peixes

ostras ocas
ecos nulos
nacos de nugas
unhas roídas

***
intertexto :
A canção de amor de
J.Alfred Prufock T.S. Eliot


fotografia:
Hail,Hell and Halifax Bill Brandt ( 1948 )

Autor

  • Garbo Gomes

    Garbo Gomes (Joinville/SC, 1975) Aos seis meses de idade parte com a família para União da Vitória/PR. Frequenta diversos cursos universitários e não conclui, ainda bem, nenhum. Escreve poesia desde os 22 anos, apesar de não ter a mínima informação estética para fazer isso. Publica dois livros de poesia ainda como Bernardes, não recomenda nenhum deles, ambos horríveis. Atualmente pretende iniciar carreira no serviço público, como zelador, não que vá salvar o mundo, mas irá prejudicá-lo menos, caso fosse um professor, por exemplo. É apenas sua opinião. Caso fracasse nesse intento, pretende morar na rua, com um violão, um pouco de poesia e suas cinco adoráveis cadelas.

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