Instruções de Bordo
Pirataria em pleno ar. A faca nas costelas da aeromoça. Flocos despencando pelos cantos dos lábios e casquinhas que suguei atrás da porta. Ser a greta, o garbo, a eterna liu-chiang dos postais vermelhos. Latejar os túneis lua azul celestial azul. Degolar, atemorizar, apertar o cinto o senso a mancha roxa na coxa: calores lunares, copas de champã, charutos úmidos de licores chineses nas alturas. Metálico torpor na barriga da baleia. Da cabine o profeta feio, de bandeja. Três misses sapatinho fino alto esmalte nau dos insensatos supervoos rasantes ao luar despetaladamente pelada pedalar sem cócegas sem súcubos incomparável poltrona reclinável.
Ana Cristina Cesar
- ‘Instruções de Bordo’: Poema de Ana Cristina Cesar
- ‘Módulo de verão’: O Poema brutal e delicado de Adélia Prado
- Se eu morresse amanhã! — O Clássico Poema de Álvares de Azevedo
- Manuel Bandeira: 10 Poemas Essenciais de “Cinza das Horas” e “Libertinagem”
- Poemas de Alessio Brandolini: A Face Doce e Tranquila (Original e Tradução)
- Federico García Lorca, o poeta da icônica Geração de 27






