Nh-Chi Africâner — 2 poemas em um pequeno talvez

Talvez

Talvez se eu soltasse
a corda… e relaxasse.

Talvez se eu não guardasse — e sentisse —
cada tempero da vida,
enfrentasse… e me acalmasse!

Talvez eu não lutasse contra a maré
e deixasse
que a maré me guiasse.
Talvez… me honrasse.

Talvez eu não forçasse que me olhasse
e, com classe,
migalhas eu não mendigasse.

Talvez eu acordasse…
e só contemplasse,
ó existência, a tua face!

Talvez eu só fizesse,
e deixasse
que a tua ambição me encontrasse.
Talvez…
      

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O meu pequeno geladinho

*Cercaram-no — e atearam fogo*
àquela curvilínea armadilha…
E derreteu, derreteu…
o meu pequeno geladinho!

E por mais que eu lutasse…
é mais forte do que eu!

Prenderam-no.
Afogaram-no no jogo!
Fizeram-no esquecer, coitado,
décadas de avareza sentimental
num estalar de maviosos sopros
da previsão dos astros.

Rendeu-se, maldito…
Engoliu a seco!

E dançou — dançou! —
às lascivas melodias
dos deuses do amor!
      

— Nh-Chi Africâner

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