“O Caminho obscuro que não é escuro”- Um poema de Moçambique, por Marcelino Roque Munine

Árvore sem folhas e aves — símbolo da verdade perseguida

O Caminho Obscuro que Não é Escuro

Quando se vê o que acontece no mundo de hoje,
Pode apostar que tudo está decretado: ninguém foge.

Onde quando nasce um homem verdadeiro,
Torna-se especialmente como um homem guerreiro.
No qual, por se inserir ou encontrar-se num mundo de injustos,
onde quando prevalece na terra e naquele mundo dá sustos,
Até arranja-se mecanismos e circuitos de ser designado um terror,
Através das acções cruas e nuas verdadeiras que causam horror.

Todavia as pessoas não sabem que a cultura de dizer a verdade
não deve constituir um favor.

O Caminho obscuro que não é escuro.
Quando um animal diz a verdade, desvendando o que está obscuro,
Até os pássaros voam de um lado para o outro
com intenção de dar um muro.
E, sem sucesso ou sem contas, fazendo vedações de todas as estradas e fronteiras com um murro,
Como forma paradigmática da custódia contra um guerreiro puro.

O caminho obscuro que não é escuro.
No mundo de hoje, todo o animal que diz a verdade —
embora seja a verdade sem medo —
É sempre vítima, mesmo na terra e no mundo,
de ser apontado com o dedo.

O que me espanta bastante é que não se reflete:
para tal atitude, ainda é cedo.

Nesta vertente constitutiva,
até a natureza, com a sua pureza, clama pela Paz.
O que, de verdade, o mundo e a terra não faz e nem traz.

O caminho obscuro que não é escuro.

Até certo momento, me pergunto sobre esse assunto:
Porquê é que olhamos no errado como se fosse correcto,
onde até batemos as palmas?
Um resultado de animais que vivem sobre a natureza
das inverdades de falsas almas.

O caminho obscuro que não é escuro.

O que adianta ser patrão
enquanto as pistas e as ruas não têm alcatrão?
Isso é mão.

Na terra e no mundo já não se vê a verdade,
porque ao redor somente se vêm os papéis
assinados e rubricados pelos vistos de espíritos
de carimbos de espécies de infiéis,
os quais se agitam pelas reclamações e queixas
de uns animais chamados povo,
desabafando o sofrimento e a tristeza
assim como se fosse uma galinha que está para pôr ovo.

O caminho obscuro que não é escuro.

Há momentos em que as pistas e as ruas
não se conseguem enxergar.
Onde a vida, por mais que seja tesouro,
não torna difícil para se entregar —
pelo tanto cansaço, pela tanta humilhação e opressão.
Mesmo assim, não fazem o quão.

É assim que o caminho obscuro
não chega de ser escuro.
Porque na terra e no mundo,
ninguém consegue encarar o animal puro.

Até os académicos
são vistos como cómicos.
Não se sabe até então se é o caso da maioria ir à escola,
no âmbito em que nem os seus cadernos punham na sacola!

Como é que podemos fazer valer a nossa Dignidade?
Se os animais do mundo e da terra vivem de uma vida de dívida.

O caminho obscuro que não é escuro.

Muitas das vezes, pela nossa ignorância, arrogância,
fechamos as portas.
Só para o final de tudo e sem sucesso,
produzimos ortas mortas
e casas sem asas para povoar,
mas sim, ranhos e febres para soar,
alegando que temos coisas para doar,
sem saber que, com as mentiras, a máquina não consegue voar.

O caminho obscuro que não é escuro.

É penas que estou inserido num mundo da terra
em que dizer a verdade
é considerada a árvore, a arma e a indústria
de coação e execução da maldade.

Nesse poema fiz,
Não diz que sou um aprendiz.

Marcelino Roque Munine

Autor

  • Marcelino roque Munine

    Marcelino Roque Munine, nasceu em Mocuba, em 25 de Fevereiro de 1988, província da Zambézia. Viveu no Quénia, Malawi, Zmbabwe, Tanzania, Africa do Sul, Alemanha e Italiana sua mocidade a fazer o curso teocrático, e no ano 2005 volta a Moçambique, leccionou na Escola privada de New Apostolic Church-Mocuba e na Fátima internationalschool as disciplinas Social Science e Mathematics terceiro, quarto quinto nível de ensino. Foi formado no IFP-Quelimane em 2008, professor da língua Inglesa no Aparelho do Estado desde 2020, concluiu a licenciatura em ensino em de Inglês e habilidades em ensino do Português. 2024:  finalista em curso do Mestrado em  Políticas. Filho de Roque Munine e de Mariana Muatocuene heróis moçambicanos (veteranos de Luta de Libertação Nacional de Moçambique) frentes em particular de Niassa desde 1960-1975,recidente de Mocuba, nascido, educado e forjado no combate de resistência libertador e defensor dos ideais dos seus progenitores nas suas ilustradas obras, obras do Bem-Estar do povo moçambicano e de Unidade Nacional.

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Octaviano Joba

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