Nenhuma lente consegue captar
o desespero e o desamparo
dos olhos da fome

Nenhuma voz consegue revelar
a desesperança do lamento
dos que definham
sem água e alimento

Nenhuma paz se faz
sob a pele seca das pálpebras
dos deixados para morrer
aqueles que não se consegue esquecer

Nenhum remédio ou chá caseiro
trará o sono alvissareiro
Nem o despertar benquisto
Não depois de já ter visto
os olhos apagados e sem nome
dos filhos da Palestina que têm fome.