Leituras: 502

TARDE CHUVOSA
Naquela tarde chuvosa As árvores balançavam Sensualizadas ao vento. Seguiam seus movimentos – Na pluviosa paisagem De cenários encharcados [Carros e pessoas trafegavam] Sonoros ruídos despertavam – Olhares de interrogação… Trovões, os céus desabarão ? Sobre aplainadas calçadas Espalharão: frutos, folhagens As lindas mangueiras frondosas. Que presenteiam transeuntes Que passam desprevenidos Sem adivinhar das oferendas… Doçuras celestiais precipitando — Saboroso fibroso manjar — Mangas em Belém-do-Pará.
AMORRECER
Não sei se ainda sou Ou se na dúvida ainda quero ser. O tempo passou e meu corpo invernou Minha pele seca é uma renda fina, delicada… A lembrar retalhos que não mais cerzirei As costuras foram tantas, se multiplicaram E delongadas se tornaram as horas que não sinto Enfronhada nas ideias vazantes dos pensamentos. Bebo as gotas de um viver amorrecido desejando que venha Outros e novos sorrisos para a mim nutrir as cavernas da face.
Autor
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Ana Meireles, Psicóloga, Poeta e Compositora. Servidora Pública do Estado. Com participações em diversas Antologias e publicação dos seguintes livros : Escritos ao Vento; EntreVersos; Tempo Meu; Uni-versos Meus; Semblante de Nós; Vasos ficam lindos se ornados com flores; No fosso da garganta (gênero poesia); Atravessamentos (gênero crônica); Clarissa; Corujinha (Literatura Infantil).
Respostas de 2
Você tem uma sensibilidade ímpar. Cada palavra, cada verso surge com a alma.
Lindamente poetisa.
É poesia na veia!
Poesianamente!
Sentir visceral!
Eu amo!