
BRUCUTUS
Vaza dor em Gaza
Vaza sangue, gritos
Aflitos,…têm nomes
De homens malditos.
Os brucutus de Java
Com olhos de fera…
Abalam a estratosfera
Pela ameaça do devir.
Cospem da boca, ódio
Vampiros de almas…
Para chegar ao pódio
E ter as rédeas de Petra
Óleos, oleodutos a jorrar
Intenções para deflagrar
A destruição pela guerra
Em que corvos nos céus
Abrem covas, mausoléus
Instauram a desumanidade
No ronco ruidoso da fome
O mundo volta a perguntar
Quem mata para dominar?
Os ratos, os que carcomem.
§§
PEIXE FORA D’ÁGUA
Entre um sorriso e outro
Uma lágrima caía…
A boca não mais se abriria
Um verso ficara engatado
O poema jamais escreveria.
A dor cozinhou as palavras
No avesso do confinamento
Alí, pelo lado fino de dentro
Tudo morreu e escureceu…
As vestes do tempo matam
As horas que transformam
Um peixe fora d’água…
Sem saber o quê, aonde ir
Afogado nas lembranças
Busca no mundo nadar
Não consegue, corpo dói
Pela dor de tanto tentar.
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