
Apresentação
Eu também posso testemunhar
Valdir Rocha
Vi o que vi, mas já esqueci.
Talvez eu tenha visto; não sei com certeza.
Quisera ter visto; infelizmente, estava distraído.
Tudo acontece diante dos olhos atentos e dos desatentos também.
O olhar é seletivo. Todos os sentidos o são.
Nem todo testemunho se refere a um crime.
Há crimes de diferentes envergaduras, pesos e volumes.
Há também sub e supercrimes. E, sim, há bondades desmedidas.
Há tanta coisa a se ver e mais coisas ainda a ignorar.
Nem tudo é poesia e, no entanto, tudo pode vir a ser. Depende dos encontros e desencontros.
As palavras são insubstituíveis para dizer mais sobre o que falta às imagens visuais. E vice-versa.
Tenho grande apreço pelos poetas das palavras. Sou leitor habitual de poemas.
Tenho o privilégio de, tantas vezes, experimentar a companhia de poetas juntamente com minhas pinturas, meus desenhos, minhas esculturas e minhas gravuras.
No livro Intimidades Transvistas, o editor Raimundo Gadelha reuniu 80 pinturas minhas e 80 poemas de 20 autores. Depois, Eunice Arruda convidou 40 poetas a se juntarem com seus textos no livro Fui Eu
(nome de pintura minha reproduzida na capa do volume e nas orelhas acompanhadoras de cada texto, graças a janelas abertas em cada página). Seguiram-se quatro álbuns com xilogravuras minhas e poemas
de Álvaro Alves de Faria (Vagas Lembranças), Celso de Alencar (Sete), Eunice Arruda (Memórias) e Raquel Naveira (Nus Frontais). Houve também diversas parcerias com o poeta Floriano Martins.
Agora, neste Testemunhas Oculares, convidei autores, com quem tenho de algum modo dialogado, para se juntarem aos meus desenhos com os seus poemas.
Contando comigo, somos 33 autores e gosto muito do resultado alcançado. Sou testemunha e dou fé disso.
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