A palavra, o verbo, Deus ou o diabo
Ah, as palavras!
esses entes em constante ebulição
elas que tudo podem
são como deusas que se divertem
com a nossa frágil erudição.
Criadoras de sentidos
estão sempre a gestar
lugares de encontros
ou desencontros brutais.
A palavra é o Verbo
Deus
ou o Diabo
o princípio e o fim
mas é também o meio
a travessia necessária
a correnteza que embala nossas provisórias existências.
As palavras são a fonte
onde bebo e me embriago de todos os sentidos
só com elas encontro a companhia que me falta para esperar…
Pelo que nem sei.
esses entes em constante ebulição
elas que tudo podem
são como deusas que se divertem
com a nossa frágil erudição.
Criadoras de sentidos
estão sempre a gestar
lugares de encontros
ou desencontros brutais.
A palavra é o Verbo
Deus
ou o Diabo
o princípio e o fim
mas é também o meio
a travessia necessária
a correnteza que embala nossas provisórias existências.
As palavras são a fonte
onde bebo e me embriago de todos os sentidos
só com elas encontro a companhia que me falta para esperar…
Pelo que nem sei.
◦ ◦ ◦
Por que diabos os dias precisam ter nomes e significados ocultos?
Não…
não me convides para sair aos domingos, meu amor
há dias que são bons para estar ausente do mundo
imersos em percursos interiores
onde as paisagens são outras
e estamos alheios
ao imperativo do divertimento
a qualquer custo…
alheios a alegria mundana
e estridente
dos dias de folga.
Não nos serve
não nos acolhe
somos arredios demais para ela.
Os domingos não foram feitos para os que gostam
de finais
preferem começos e recomeços
o fazer despretensioso
das segundas, terças, quartas e quintas…
olham com indiferença a chegada das sextas
sabendo que anunciam expectativas vãs.
Desgosta-se das segundas
que trazem consigo o despertar
da impossibilidade da felicidade esperada
com a chegada da sexta
sempre nutrida por um desejo infantil
que nunca se satisfaz.
Enquanto os sábados
Ah! os sábados… premidos
por esse lugar de passagem
são sempre o meio do caminho
a anunciar embriaguez ansiosa da felicidade vindoura
costumam amanhecer como promessa
de que algo bom pode vir
como devires de prazeres vividos
em alguns sonhos bons.
Mas, por que diabos os dias precisam ter nomes e significados ocultos?
Não, meu amor, não me prometas nada
você não é do tipo que cumpre promessas
não me faça acreditar em encontros improváveis
embrulhados por palavras bonitas que logo desaparecem
como estrelas cadentes que atravessam o céu de outono.
Não me convides enquanto escapas
enlaçando-se em abraços e desejos outros
que nunca te satisfarão.
Melhor deixar o domingo passar
e quando a segunda chegar
fartos de tanto tempo passado no pretérito futuro
quem sabe….
poderemos gozar dias comuns
como felinos ao sol
mansamente
amorosamente
aguardando pelas segundas, terças, quartas e quintas
quando todos os outros estarão ocupados demais
para dizer
o que deveríamos fazer.
não me convides para sair aos domingos, meu amor
há dias que são bons para estar ausente do mundo
imersos em percursos interiores
onde as paisagens são outras
e estamos alheios
ao imperativo do divertimento
a qualquer custo…
alheios a alegria mundana
e estridente
dos dias de folga.
Não nos serve
não nos acolhe
somos arredios demais para ela.
Os domingos não foram feitos para os que gostam
de finais
preferem começos e recomeços
o fazer despretensioso
das segundas, terças, quartas e quintas…
olham com indiferença a chegada das sextas
sabendo que anunciam expectativas vãs.
Desgosta-se das segundas
que trazem consigo o despertar
da impossibilidade da felicidade esperada
com a chegada da sexta
sempre nutrida por um desejo infantil
que nunca se satisfaz.
Enquanto os sábados
Ah! os sábados… premidos
por esse lugar de passagem
são sempre o meio do caminho
a anunciar embriaguez ansiosa da felicidade vindoura
costumam amanhecer como promessa
de que algo bom pode vir
como devires de prazeres vividos
em alguns sonhos bons.
Mas, por que diabos os dias precisam ter nomes e significados ocultos?
Não, meu amor, não me prometas nada
você não é do tipo que cumpre promessas
não me faça acreditar em encontros improváveis
embrulhados por palavras bonitas que logo desaparecem
como estrelas cadentes que atravessam o céu de outono.
Não me convides enquanto escapas
enlaçando-se em abraços e desejos outros
que nunca te satisfarão.
Melhor deixar o domingo passar
e quando a segunda chegar
fartos de tanto tempo passado no pretérito futuro
quem sabe….
poderemos gozar dias comuns
como felinos ao sol
mansamente
amorosamente
aguardando pelas segundas, terças, quartas e quintas
quando todos os outros estarão ocupados demais
para dizer
o que deveríamos fazer.
◦ ◦ ◦
A poesia está morta?
O que inspira o poeta?
O que o motiva?
Transformar palavras em ouro?
Transformar o banal em deslumbramento?
Sinto falta dos versos que inventam sonhos, arrebatam – criando um estado de suspensão, despertando imagens oníricas,
arquétipos poéticos,
prazeres e dores…
Para onde foram os poetas?
Estão todos mortos?
Se o amor já se foi,
se o desejo adormeceu,
se o desencanto tiraniza os corpos que antes se buscavam com alegria e avidez,
se os homens se dividem em pretos e brancos,
ricos e pobres
bons e maus –
onde estão os poetas neste mundo que se liquefaz em um mar de futilidades?
Para onde foram as palavras que parem versos dançantes pulsantes –
que inventam sonhos carregados de saudades,
que despertam lembranças,
aromas e desejos já quase esquecidos?
Sem elas não haverá mais poesia.
A poesia está morta –
e morreram com ela os poetas que podiam, com os seus versos, reencantar o mundo.
O que o motiva?
Transformar palavras em ouro?
Transformar o banal em deslumbramento?
Sinto falta dos versos que inventam sonhos, arrebatam – criando um estado de suspensão, despertando imagens oníricas,
arquétipos poéticos,
prazeres e dores…
Para onde foram os poetas?
Estão todos mortos?
Se o amor já se foi,
se o desejo adormeceu,
se o desencanto tiraniza os corpos que antes se buscavam com alegria e avidez,
se os homens se dividem em pretos e brancos,
ricos e pobres
bons e maus –
onde estão os poetas neste mundo que se liquefaz em um mar de futilidades?
Para onde foram as palavras que parem versos dançantes pulsantes –
que inventam sonhos carregados de saudades,
que despertam lembranças,
aromas e desejos já quase esquecidos?
Sem elas não haverá mais poesia.
A poesia está morta –
e morreram com ela os poetas que podiam, com os seus versos, reencantar o mundo.
Quase um poema de amor
Sim
Eu digo que sim
aquele foi sim
Um quase namoro
Uma quase paixão
Tardia
Quase amantes
Um amor sustentado em notas musicais
Nuances eróticas
Intenso e melancólico
Como ressoa o jazz em noites chuvosas
Uma quase felicidade
Turva como as águas de um rio
Um quase encontro amoroso
Um quase beijo no meio da noite escura
Quando todas as portas já se fecharam e esvoaçantes gotas prateadas se dispersaram sobre o asfalto quente de um dia que se fez ensolarado
Sim
Eu digo que sim
Tudo não passou de….
Um quase
Que se perdeu no tempo –
Como lágrimas vertidas na chuva.
Eu digo que sim
aquele foi sim
Um quase namoro
Uma quase paixão
Tardia
Quase amantes
Um amor sustentado em notas musicais
Nuances eróticas
Intenso e melancólico
Como ressoa o jazz em noites chuvosas
Uma quase felicidade
Turva como as águas de um rio
Um quase encontro amoroso
Um quase beijo no meio da noite escura
Quando todas as portas já se fecharam e esvoaçantes gotas prateadas se dispersaram sobre o asfalto quente de um dia que se fez ensolarado
Sim
Eu digo que sim
Tudo não passou de….
Um quase
Que se perdeu no tempo –
Como lágrimas vertidas na chuva.
Lu Santos.
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